quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um dia em 1995



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Eu tinha cinco anos quando aconteceu…

Como era natural naquela época, eu estava na casa do meu tio materno. Entre as varias razões de estar lá, a principal (ao menos para mim) era poder jogar o seu vídeo-game (se minha memória não falha era um nintendo).

Entre vários jogos divertidos e brincadeiras que só o meu tio sabia fazer, eu tive vontade de ir ao banheiro, nada de mais, ao menos era o que eu pensava.





A casa do meu tio era assim: a porta principal dava acesso a sala de TV, após ela havia um curto corredor onde existia o inicio da escadaria (que dava acesso ao primeiro andar da casa) e uma porta que dava para a sua pequena dispensa. Na outra extremidade do corredor estava a cozinha que, sem exageros, era imensa (ao menos era o que parecia, mas para uma criança de cinco anos muitas coisas parecem enormes). O primeiro andar era composto por um corredor enorme onde existiam as portas dos dois quartos e, em seu fim, a porta do banheiro.


Então lá estava eu, desafiando as ordens do meu tio e subindo a longa e sombria escadaria. – Nada de mais – Eu pensei, aproveitando a distração do meu tio.

De fato nada aconteceu, mesmo a escadaria sendo escura e o corredor mais ainda, eu conseguir ir ao banheiro e fazer o que precisava. E lá estava eu, voltando feliz da vida (Ora, tinha desafiado as ordens do meu tio e nada houvera acontecido), porém uma imagem me fez mudar de humor.

No inicio da escadaria quando eu voltava ao térreo havia um ser que eu jamais havia visto, nunca esquecerei daquela imagem. Seus olhos amarelados olhavam-me de forma fria, sua pele era quase transparente, usava um manto escuro sobre o corpo e não tinha pernas, porém estava a uma altura de uma pessoa adulta, flutuando sobre o chão forrado pelo velho carpete vermelho vinho. Eu fiquei paralisado pelo medo, a criatura não se mexia, simplesmente ficava parada me olhando. O tempo exato que fiquei em sua presença eu não sei, talvez tenha sido apenas alguns segundos, talvez alguns minutos, mas para mim foi como uma eternidade.

Quando uma luz foi acesa repentinamente a coisa desapareceu e logo eu pude distinguir a imagem do meu tio subindo as escadas…



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