domingo, 15 de dezembro de 2013

Creepy Interativa : # O Cheiro de Carne




Olá, bem, não sei como se começa uma creepy pasta, sempre me pareceu idiota escrever uma. Mas tenho entrado em alguns sites que tem histórias tão legais, que senti vontade de contar a minha. É uma história incomum, estranha, provavelmente regada de exageros de minha parte, mas o mais assustador, é que ela aconteceu mesmo.

Eu moro em um prédio de cinco andares em São Paulo,assim como muitas outras pessoas que são obrigadas a morar umas em cima das outras, eu odeio isso. Toda essa gente com varais nas janelas, sem poder ouvir som alto, mas, mesmo assim, ouvindo as músicas mais fuleiras de todos os tempos...Sim essa é minha vida, mas essa história não é sobre o novo CD do Calcinha Preta que minha vizinha comprou, não, essa é a história de como o a loucura pode expelir coisas fétidas por onde passa.





Recentemente ganhei um cachorro, não um filhote, mas um adulto de cinco anos, que se chama Pinguim por ser preto e branco, e sua pelagem lembrar um pinguim, eu não posso passear com ele na garagem do prédio então geralmente eu tenho que ir para rua, mas ela é escura e pouco movimentada, então na maioria das vezes eu passeio com ele pela escada de incêndio... Sim eu sei que é estranho, mas eu não o deixo defecar na escada, simplesmente subimos e descemos. E isso é um ótimo exercício para nos dois.

Tudo começou em um dia como esse que eu passeava com o Pinguim, eu coloquei a coleira nele, peguei minha chave e avisei minha mãe que estava saindo, ela estava na cozinha fazendo o jantar e nem me respondeu. Eram quase sete e meia, obviamente da noite, por ser o jantar... Vocês entenderam né. Voltando, eu sai para o hall que dava para a lixeira e a porta de emergência, eu a empurrei, e sai, soutei ela atrás de mim, e ela bateu com toda a força. Meu pai odeia isso, mas ele não estava em casa.

O Pinguim não é geralmente muito agitado, mas naquele dia ele me puxou freneticamente para que subíssemos a escada, e eu o acompanhei. Nós moramos no segundo andar, e as escadas são um pouco longas, eu acho, no quarto andar, algo estava diferente. Eu comecei a sentir um cheiro podre, o cheiro que com certeza, havia feito o Pinguim me arrastar até la, nós continuamos subindo e chegamos no quinto andar, o cheiro era insuportável.

No quinto andar moram apenas duas famílias, uma delas é grande com dois meninos pequenos, capetas eu diria, e um casal alegre; do outro lado do corredor mora um senhor que uma vez foi o síndico do prédio, mas dizem que ele ficou louco. Que gritava da janela para os pedestres raros em nossa rua, e que as vezes até os perseguia.

Eu olhei em volta e não havia nada de anormal, além do cheiro é claro, eu olhei na lixeira para ver se tinha algo morto la dentro, mas não havia nada, talvez até aquele lixo estivesse cheirando melhor que o andar inteiro. Confesso que reuni toda a minha coragem para fazer isso, ir até a porta da família feliz e tocar a campainha. Pensei em correr, mas esperei por alguns minutos e a mulher alta de cabelos pretos atendeu a porta.


-Pois não?

Ela estava com uma aparência horrenda, parecia estar verde, seus olhos com bolças roxas inchadas, e um nariz com uma meleca escorrendo, que acabava de entrar em sua boca semiaberta.

-Olá, eu moro no segundo andar, e eu estava passeando pela escada de incêndio com meu cachorro quando sentimos esse cheiro horrível... Você sabe se aconteceu alguma coisa? Se algum cano de esgoto estourou ai?

Ela olhou para mim, para o Pinguim e se apoiou na porta, como se procurasse forças para continuar em pé, e respondeu com uma cara de nojo, e voz estridente.

-Que tipo de pessoa faz isso? Meu deus menina, seu cachorro tem cagado na escada, por isso esta fedendo la pra baixo!!! Aqui não sinto cheiro algum!! E se eu achar bosta no meu andar vou comunicar ao síndico.

Ela simplesmente, nem me deixou explicar que o cheiro não era culpa do Pinguim, ela fechou a porta na minha cara e a luz automática se apagou...

Eu tinha de me mexer para que ela acendesse, mas eu não conseguia, pois no momento que ela se apagou eu ouvi uma porta se abrindo atrás de mim, ouvi abrir, mas não se fechar, os passos vieram se arrastando na minha direção e incrivelmente a luz não acendeu... Eu me virei e a luz se acendeu, e quem estava atrás de mim, o louco.

Seus olhos estavam injetados, seu rosto flácido e branco como um morto, ele abriu a boca para falar comigo e eu descobri de onde vinha o cheiro...


-Algum problema jovem?

Ele perguntou com um tom de raiva, rancor, malicia e desprezo.


-Não senhor, eu só estava falando com a moça do 54...

-Eu ouvi, você disse que seu cachorro esta cagando nas escadas, eu ouvi tudo...


Ele respondeu com olhos semi serrados, me julgando de cima a baixo. Eu afastei meu rosto dele, juntando meu queixo ao pescoço, isso talvez demostrasse que eu era culpada, mas, na verdade, eu me afastava do cheiro fétido que vinha da boca daquele homem idoso.

-Senhor, meu cachorro não faz suas necessidades nas escadas, de jeito nenhum. Eu nunca deixaria. Se quiser verifique eu não devo nada a ninguém desse andar podre.

Eu peguei o Pinguim no colo e passei por ele de cabeça erguida, desci as escadas rapidamente e com passos baixos, não queria que notasse que eu estava correndo dele. Cheguei em casa e o jantar já estava na mesa, tirei a coleira do Pinguim e me juntei aos meus pais. Eu geralmente não conto sobre minhas aventuras nas escadas, mas eu precisava contar sobre o cheiro.

-Hoje eu fui até o quinto andar...

Falei enquanto colocava uma batata cozida na boca.


-Fazer o que lá? Geralmente o Pinguim gosta de tentar de levar para o térreo...

Minha mãe falou enquanto cortava o bife.


-Ah, ele me arrastou la pra cima, porque sentiu um cheiro ruim, e era horrível mesmo, um cheiro de carne podre com esgoto, falei com aquela moça morena de cabelo preto do 54, mas ela não sentia cheiro de nada, parecia muito doente...

Minha mãe me olhou com cara de que suspeitava que eu escondia algo, e então soltou a pergunta que sempre faz quando esta desconfiada.


-Tem certeza que foi só isso mesmo que aconteceu?

-Sim mãe... Mas teve também o ex síndico que me acusou de deixar o Pinguim cagar na escada...

-Ouuuu que é isso Tabata, estamos comendo e você me solta essa, poh!

Meu pai disse indignado com minhas palavras. E continuou: 

-De qualquer modo tenha cuidado com esse homem, ele é doido.

-Tudo bem, agora acho que está tudo resolvido, não vamos voltar la em cima. Não é Pinguim?

Eu disse olhando para meu peludinho...

Terminamos a conversa e o jantar, meus pais foram para sala ver televisão e eu para o meu quarto. Me deitei junto ao Pinguim e fiquei pensando no como aquelas pessoas estavam verdes, e a casa daquela mulher escura. Eu adormeci, naquela noite tive um pesadelo bizarro com gente verde.

No dia seguinte...

Votação Encerrada - A Continuação vencedora foi...
Mulher do 54 esta ocultando os cadáveres da família, e vivendo da carne deles.



2 comentários:

  1. Muito interessante o teu blog!
    GK

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  2. é tão satisfatório ver seu blog atualizado, estou louco para ver o final dessa creepy

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