domingo, 9 de fevereiro de 2014

Creepy Interativa - O Cheiro de Carne (Final)





Meus sonhos foram muito estranhos naquela noite... e eu realmente queria não te-los tido. Acordei meio atordoada, com minha mãe me dando a noticia obvia, de que era segunda e por isso eu deveria ir para a escola. O pinguim ainda estava deitado na minha cama, todo esparramado, fazendo uma cara de besta. Como se fosse continuar lá.

Vesti meu uniforme verde musgo de "short saia", e fui tomar café da manhã. Tinha o de sempre, torrada e manteiga, e quando eu digo torrada eu quero dizer que é o pão amanhecido do dia anterior, que fora colocado descaradamente no forno com orégano, e chamado de torrada... Meu pai ainda estava no quarto, passando mais desodorante do que o necessário, pela porta do quarto era possível ver uma fumaça branca cheirosa vazando, enchendo a casa de um perfume rotineiro de Axe Chocolate. Minha mãe estava fazendo mais "torrada" e ouvindo o radio num volume que só os cães poderiam ouvir e entender.

- Filha porque não vai passear com o Pinguim um pouco enquanto esquento o café?
- Ta bem mãe... (eu disse meio com preguiça).

O Pinguim já estava ali ao meu lado, quando ouviu o barulho da coleira, aquele panaca, balançando seu fino rabinho em uma velocidade chicoteadora. Saímos pela porta eu eu logo o alertei "Nada de subir as escadas, ouviu?" Ele apenas começou a me puxar em direção da porta. Eu a empurrei com alguma força e a abri, Pinguim imediatamente voltou seus passos na direção contraria da porta. E a razão era o cheiro, o cheiro de carne podre que havia chegado ao meu andar.





Voltei para dentro do apartamento e avisei minha mãe, que gritou para meu pai ir com ela ver o que tinha acontecido.Não precisou muito para que eles entendessem do que eu falava no dia anterior, algo estava morto la em cima.

Chamamos a policia, que veio depois de algum tempo, e a policia chamou as redes de televisão. Houve um grande alvoroço, todos tiveram de sair de seus apartamentos, e ficar amontoados na frente do portão do prédio. Depois de algumas horas vieram mais viaturas, uma ambulância e um carro da policia cientifica. Depois disso tudo um grande jornal de São Paulo publicou a seguinte matéria:




"Mulher mata família,
alegando que sua mão teve vontade própria!

Você sabe o que é: A Síndrome da Mão Alheia?

Bernadete Bezerra tinha tudo para ser uma boa mãe e esposa, mas também tinha algo que ela não esperava ainda estar ativo em seu corpo. E era a vida própria de sua mão esquerda.

Tudo começou quando ela fez uma cirurgia aos 14 anos, para controlar sua epilepsia, que havia dominado sua vida aos seus 10 anos de idade. A cirurgia para curar a epilepsia normalmente envolve identificar e depois cortar um pequeno pedaço do cérebro no qual os sinais elétricos anormais se originam. Mas no caso de Bernadete Bezerra, ela teve uma infelicidade e um azar além da conta. Em depoimentos a polícia ela conta que desde que teve seu primeiro filho, notou sua mão esquerda tendo estranhas reações.

"Certa vez eu trocava a frauda de Igor, e notei minha mão esquerda jogando talco bem na carinha dele, fazendo-o sufocar". A mulher ainda conta em detalhes que foi obrigada a comer partes de seu marido e filhos, pela sua mão esquerda." conta Bernadete.



Essa foi a parte menos aterrorizante, minha "vizinha" contou a policia e a tevê tudo, para que ela pudesse se livrar da cadeia e ir para um hospício.



"Na noite de ano novo, eu acordei atordoada..." Conta Bernadete como tudo começou e terminou. "Eu estava dormindo, quando acordei com minha mão esquerda fazendo cafune na minha cabeça enquanto eu dormia, eu fiquei assustada, achei que fosse meu marido. Mas era apenas eu. Me levantei,tomei um copo d'água e voltei a me deitar. Mas na manhã seguinte eu estava toda ensanguentada. E minha mão esquerda segurava uma faca quando acordei. Ela parecia feliz, fazendo um gesto como se acompanhasse uma musica das mais alegres. Eu procurei qualquer vestígio de dor no meu corpo, mas não havia.

Procurei meu marido e meus filhos por todo apartamento, mas não os achava. Sai do apartamento, e me deparei com a lixeira do meu andar cheia de lixo. Mas eu não lembrava de ter posto aquilo ali, e com certeza meu vizinho maluco não geraria tanto lixo em uma noite. Eu cheguei mais perto, e notei q havia um dedo sujo para fora do saco. Ali estava minha família, fatiada e jogada no lixo.

A única coisa que consegui fazer com a ajuda da minha mão alheia até hoje, sem ela ter se recusado, foi arrastar com as duas mãos o saco enorme de lixo com um adulto e duas crianças para dentro de casa. Eu não sei como consegui segurar tanto peso, talvez fosse a adrenalina, o desespero, eu chorei durante vários dias me recordando de arrasta-los mortos para casa.

Eu pensei em chamar a policia mas minha mão não deixou, ela me ameaçava com uma faca. Eu tentei pedir ajuda, mas quando a menina do outro andar bateu na minha porta aquela mão estava com uma faca de cortar pão apontada para minha coluna, e eu não queria fazer mal á ela. 

Passaram se algumas semanas e a carne deles estava se deteriorando, então "minha mão" teve a ideia de se livrar de toda aquela carne, a enfiando pela minha goela. Eu acho que devo ter comigo em quinze dias meu filho mais novo, e a metade da perna do meu marido.

Fiquei doente, vomitava por todo o apartamento, como vocês puderam ver... mas no fim fui salva, minha mão foi descoberta. Por aquela garotinha astuta do segundo andar, e eu desejo pedir desculpas a ela por te-la assustado com alguns gestos que fiz nos meus últimos momentos saindo do prédio"



Vou lhes contar minha opinião. A minha versão da história não apareceu no jornal, e nem descreveram  o que ela fez para me deixar assustada. Nos últimos momentos, quando todos estávamos reunidos fora do prédio, vendo ela ser arrastada, se debatendo em cima de uma maca.

Todos nós ali vimos quando o braço esquerdo dela se levantou e apontou para mim, e por um momento eu vi seus olhos suplicantes, me pedindo desculpas, enquanto que o que a mão alheia dela queria era "sentir gosto" da minha carne...




4 comentários:

  1. Muito boa,porém confesso que eu ri um pouco (pq sou retardado e rio de tudo mesmo não tendo graça nenhuma '-'). E desculpa por estar falando isso,mas dessa vez só percebi um erro ali o "chorrei" que acho que vc quis dizer "chorei" (ou não,sei lá ) e me desculpa pela correção ;-; . Mas enfim ficou muito boa mesmo,continue com o ótimo trabalho :DD
    PS:Eu acompanho seu trabalho já faz um tempo e sempre gostei dele,só que é a primeira vez que eu comento aqui :3

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    1. Olá ^-^
      Obrigado por ler, e ter me avisado lol
      Fico muito feliz que acompanhe meu trabalho (*---*) bjuss

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  2. Ufa, finalmente consegui tempo pra ler essa história toda... E é demais!!!!
    Totalmente bem contado o final, e o sentido da mão ameaçando a menina me pareceu bem chucky, mas de uma forma diferente, sei lá...

    Adorei!!!!!

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  3. véi...amei a história...vou ter pesadelos haha

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