sábado, 10 de junho de 2023

A Cocaína e a Ciência







As drogas por si só um dia ja foram usadas como um farmaco ou "remédio". O que aguça a curiosidade sobre ter cocaína na coca-cola, foi que um dia isso realmente era real.
Hoje trago esse estudo sobre a droga branquinha mais mortal. 


A História da Cocaína

O termo crack vem sendo veiculado há pouco mais de 15 anos, mas o consumo dos produtos da cocaína é bastante antigo. Relatos sobre o uso das folhas do arbusto Erythoxylon coca (natural da América do Sul, na região Amazônica) foram encontrados em tribos peruanas 2.000 anos antes do descobrimento deste continente. A folha quando mascada libera baixas doses de cocaína, substância ativa da planta. Em 1862, Schroff e Demarle observaram que a cocaína produzia analgesia da língua e passaram a utilizá-la para o alívio da dor na laringe, o que contribuiu para popularizar seu uso na Inglaterra e na América 2. Durante a década de 1880, Freud realizou experimentos com cocaína utilizando-a no tratamento do vício a opióides. Na mesma época, Carl Koller, oftalmologista vienense, introduziu a cocaína como anestésico local para procedimentos oftalmológicos. Em 1898, vários médicos utilizavam cocaína como anestésico local, em anestesia espinal 2.


Na Europa, no fim do século XIX, o consumo por aspiração da apresentação em pó, por produzir maior efeito, ganhou dimensões de epidemia. Em 1914, em conseqüência das complicações associadas ao consumo, a cocaína foi proibida nas Américas e na Europa. A proibição surtiu importantes efeitos, pois o consumo só foi ressurgir no início da década de 1970, atingindo o seu pico em 1985, nos Estados Unidos, e cinco anos mais tarde no Brasil 3. Estudos para avaliar o abuso de drogas no Brasil mostraram que, desde 1987, as internações hospitalares relacionadas à cocaína vêm aumentando. Constitui-se, nos últimos anos, na segunda causa de internação entre as drogas ilícitas, sendo suplantada somente pelo álcool 4-7.

A cocaína é apresentada em duas formas, cloridrato (pó branco) e base livre (crack), feita com a combinação do cloridrato e um álcali (bicarbonato de sódio ou amônia). A forma cloridrato pode ser dissolvida em água e injetada por via venosa ou, mais comumente, usada por aspiração.


A cocaína é uma benzoilmetilecgonina, a ecgonina é um derivado tropina, componente semelhante à atropina e a escopolamina. Ela é o único anestésico local que ocorre naturalmente. Após administração venosa, sua vida-média plasmática oscila entre 60 e 90 minutos, mas pode ser maior após a administração nasal ou oral. Quando inalada, atinge a circulação encefálica entre 6 e 8 segundos e, por via venosa, entre 12 e 16 segundos. Seu uso através da via nasal causa intensa vasoconstrição, o que limita a absorção. Os picos de concentração plasmática são atingidos em 60 minutos e persistem por até 6 horas.


Os efeitos da cocaína podem ser explicados por sua ação em vários receptores. A cocaína bloqueia a recaptação de catecolaminas nos terminais pré-sinápticos de nervos simpáticos, o que resulta em acúmulo de catecolaminas na fenda sináptica e aumenta a estimulação de células receptoras. O efeito psicoestimulante pode ser explicado por sua capacidade de aumentar os níveis de dopamina, norepinefrina e serotonina no encéfalo. A cocaína exerce seu efeito anestésico local bloqueando os canais de sódio nas células neuronais, o que impede a condução de impulsos nervosos. Os efeitos sistêmicos ocorrem como resultado da capacidade de, simultaneamente, aumentar os níveis de catecolaminas bem como bloquear a sua recaptação, o que leva a um agonismo contínuo em ambos os receptores alfa e beta. No miócito cardíaco, ela diminui a velocidade de despolarização, a amplitude e a velocidade de condução do potencial de ação, podendo causar disritmias cardíacas e morte súbita. O uso de cocaína leva à sensação de poder e infatigabilidade; em altas doses pode promover agitação, insônia, alucinações e convulsões.

O uso crônico está associado ao desenvolvimento de psicose e paranóia. Ambas as formas de cocaína, cloridrato e base livre (crack), têm alto potencial de desenvolver o vício.


Creditos - Scielo Brasil

Um comentário:

  1. Já usei algumas vezes... mas sei lá, cocaína e maconha nunca surtiram efeito em mim, entao usei umas 3 ou 4 vezes e depois nunca mais. Diferente do álcool que me entorpece e ainda é legalizado, me fazendo um usuário assíduo aos finais de semana kkk

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