sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sangue, Lágrimas e Soda Cáustida



Venho hoje por meio desta carta contar a vocês uma história triste e assustadora, sobre uma das minhas pessoas preferidas no mundo, minha avó.

Ela faleceu de modo estranho á um mês, ela caiu de uma escada na casa dela, uma escada que ela subiu durante sua vida toda, quando aconteceu a casa estava cheia de gente, mas todos dizem não ter visto nada, mas o fato é que minha avó tinha uma herança á ser deixada quando partisse, então meio que todos já estavam esperando ela partir dessa pra melhor.

Eu sou a única neta que ela teve e sempre fui muito apegada á ela, quando pequena ela me contava histórias de sua infância, de como ela aprontava naquele casarão enorme do qual ela viveu a vida toda. Mas ele também tinha segredos, ela dizia. "Existe um ser que mora na sala da lareira... nunca vá la querida". Mas eu sei que era apenas um pretexto para que eu não fosse brincar lá em baixo pois era perigoso. 




Meus tios e eu fomos de carro até o cemitério Quiet Sea. Desde sempre minha avó tinha o desejo de ser velada e cremada, ela dizia que fazia bem para alma. Então estávamos todos lá, filhos, tios e parentes distantes, com certeza não haveria tanta gente se ela fosse humilde e não tive coisas á deixar.

Quando entrei na sala havia uma fileira de cadeiras encostadas em todas as paredes, e gente chorando e falando no celular em todo lugar. Mas não parecia um velório, pois o caixão estava fechado e eu não pude vê-la. Pelo que me disseram, ela quebrou o pescoço e bateu com o rosto bem forte no chão, por isso estava com ele todo torto.

Aquele momento de luto deveria ter durado umas duas horas apenas. Mas quando consegui finalmente me sentar perto da minha avó para rezar por ela, ouve um barulho parecendo algo explodindo e então a luz se apagou. 


O que você faria se estivesse em um velório a luz se apagasse?


Todos correram, menos eu e uma senhora que eu não conhecia que estava do meu lado, acho que ela era muito debilitada e precisava de ajuda até para andar.

"Olá senhora, esta tudo bem?"

"Sim querida, eu apenas estou assustada, eu não tenho a visão muito boa, e quando mais nova prometi á Cristine que em sua morte eu não sairia do seu lado"

"A senhora conhecia minha avó?"

"Ah sim... Nós eramos as melhores amigas na adolescência..."

"Nossa que legal, mas minha avó nunca me falou sobre a senhora em suas histórias..."

"Ah eu entendo, eu e Cristine tivemos apenas uma história... uma estranha e sombria história. Gostaria que eu lhe contasse minha querida?"

"Sim por favor, se não for incomodo..."

"Ah não é nenhum incomodo... Ouça: Nós nos conhecemos quando eu e ela estávamos nas casas de praia de nossos pais, eram ferias de verão, e você pode imaginar quantos adolescentes haviam por lá. Nos conhecemos enquanto nadávamos eu e ela mergulhamos juntas no mar como desconhecidas, lado á lado, e quando subimos a superfície tinha alga marinha em nossas cabeças... Nós duas começamos a rir da cara uma da outra, nos apresentamos e passamos aqueles dias juntas..."

"Mas vocês não se viam ultimamente né... nunca vi você na casa dela"

"Pois é naquele um mês de verão também foi o nosso ultimo juntas, eu e ela morávamos longe uma da outra, e mesmo que fossemos vizinhas seria impossível nos encontrarmos de novo..."

Não sei se foi o escuro ou o silêncio, mas aquela senhora deixou algo no ar, algo que não contou... e como a luz ia demorar algum tempo para voltar, eu resolvi me aprofundar na história.

"Mas senhora, não querendo me intrometer mas, o que aconteceu, com vocês... Porque pararam de se falar, pelo que a senhora conta vocês se tornaram grandes amigas..."

"Bem minha querida, já que você tocou nesse ponto, e é a herdeira desta família, acho que tem o direito de saber toda a verdade. No ultimo dia que nós vimos, trocamos correntes da amizade e juramos que seriamos amigas até a morte. Naquele mesmo dia fomos a um penhasco, naquele local haviam muitos aventureiros que pulavam do pico somente pela adrenalina. Haviam dois rapazes muito bonitos, eles nós chamaram para participar, pois até ai só estávamos observando de longe, e assanhadas com esperança de ganhar alguma coisa além de um aventura, nós fomos..."

Ela ficou em silencio por um momento como se tomasse folego. Eu fiquei aflita, ela parecia estar sem ar... Mas então ela continuou a história...

"Nós quatro demos as mãos, era como uma cena legitima de diversão de ferias. Mas quando íamos pular eu amarelei, tive medo, e Cristine ficou claramente chateada por decepcionar os rapazes, eu disse a ela que iria em seguida, e eles foram. Eu ouvi os gritos de adrenalina e excitação... e eles caíram na água. Eu fui em seguida, eu fui até a ponta do penhasco, e vi os três me observando á alguns metros em cima de pedras perto da areia. Eu ainda estava com medo, mas pulei. Desajeitada, eu bati com minha perna na lateral do penhasco, e comecei a gritar... Minha perna havia quebrado, mas eles nem perceberam, eu cai na água, mas não podia nadar. Cristine percebeu que eu estava demorando e pulou na água atrás de mim. Eu tentava enxergar embaixo d'água, daquela água cheia de sal... as ondas estavam cada vez mais fortes me jogando contra as pedras... Quando Cristine chegou até mim... viu que minha perna estava molenga e quebrada, e também viu que eu estava que estava presa pela nossa corrente da amizade em uma pedra. Só uma de nós subiu viva á superfície..."

Quando ela terminou a história eu estava tremendo, não de medo, mas de frio, enquanto a senhora contava a historia ela segurou minha mão, e agora eu pude entender porque estava tão gelada. Houve uma barulho lá fora, era a força voltando.

Quando a luz se acendeu eu vi uma adolescente, tinha os olhos vermelhos por causa da água do mar, sua perna estava necrosada e quebrada, sua pele parecia ser perfeita mas era coberta por partes roxas... Eu senti culpa, por algo que eu nem fiz e comecei a chorar, acho que pela história que eu havia ouvido e por agora ver como a garota morreu. Mas quando eu olhei para ela com os olhos cheios de lágrimas, eu pude ver seu rosto cheio de fúria.

"Eu sei que Cristine deixou tudo para você, e por isso você corre perigo, sua família é cheia de cobras..."

"Mas como você pode dizer isso, meus tios são minha única família..."

"Eles são sim, mas não se esqueça de que alguém empurrou sua avó daquela escada, e esse alguém esta mais perto do que você pensa..."

Quando ela terminou de falar, desapareceu, no mesmo minuto em que minha tia entrou na sala, ela pós a mão no meu ombro e falou:

"Clarice o que você faz aqui junto com a velha morta? Você parece meio pálida bêba esse copo de água com açúcar, vai te acalmar um pouco..."

Quando meus lábios tocaram o copo eu ouvi um sussurro de vozes diferentes, um em cada ouvido. Era a voz da minha avó e sua amiga, e elas diziam...

"Não é açúcar... É soda cáustica."






13 comentários:

  1. Huau!!! Eletrizante está creepypasta! O desfecho foi absolutamente fora de minha linha de raciocínio!!!
    Você que criou esta, C.L.P?!?!
    A saudade das tuas postagens me corroía como se eu houvesse bebido um copo de água com soda cáustica mas, fellizmente você continua com o blog!
    Continue alimentando minha mente, minha pequena e notável escritora!

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    1. Sim homi fui eu que fiz ^-^
      eu estou fazendo mais creepys... só tenho que passar para o pc U.U

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  2. MUITO BOM! Parabéns, CLP! Essa história fugiu um pouco das creepypastas normais, em que os seres sobrenaturais só querem te devorar frito a la molho sangue... além de que o final foi foda, parabéns!

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  3. Nossa gente eu amei amei amei... hum... achei "Bonita" de certa forma.... Gostei muito mesmo, talvez isso pudesse virar uma história, ficou tão bom que parece que ira continuar =)

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  4. aaaaaaadorei, muito boa mesmo *-*

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  5. Água com açucar?ECAAA!!
    Mas se for aquelas sodas de limão,só faltava uns Nachos pra acompanhar :3

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  6. Essa história é incrível!
    Tem alguma continuação, ou alguma possibilidade de continuar ela em uma ou duas postagens?

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    1. Acho que tem uma grande possibilidade de uma continuação hein =D

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  7. 10/10 Prende muito mesmo, e o final é imprevisivel...

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  8. QUE HINOOOOOOOOOOOOOOO aava em 2013 e ainda amo

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