segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Circo da Meia Noite




Desde 1890 varias pessoas tem contado relatos que lhe foram passados de geração em geração, boatos sobre um Circo Sombrio, com o tempo essa história foi se perdendo, mas  minha avó minha me contou o que foi contado á ela, sobre um de seus tios avôs. Ela me contou o que estava escrito no diário dele, que foi encontrado dias depois de seu desaparecimento.

"Em uma manhã como qualquer meu avó e seus dois irmãos estavam ajudando a pintar o lado de fora da velha casa de minha mãe, e um velho desconhecido passou em frente a casa correndo, avisando a todos que um circo estava chegando á cidade, e isso era bem comum de acontecer, ele e seus irmãos correram para a praça central da cidade, onde os circos normalmente se instalavam para fazer uma presentação breve que chamaria o publico. 

Ao chegar lá, não havia nada, nem palhaços, nem carroça, apenas um cartas pregado em um poste, acho que aquilo, foi mais intrigante, do que se eles tivessem feito uma presentação, o papel do cartas, o cartas em si, era muito simples e misterioso. E estava escrito em letras garrafais:

"O Circo da Meia - Noite chegou á cidade.
O espetáculo começa a meia noite, e termina ao amanhecer."




Meu avó contou á mim que seu irmão não dormiu naquela noite. Talvez tenha ficado pensando sobre o circo e em seus porquês. Os pré-adolescentes pediram ao seu pai para leva-los ao circo á noite, e apesar do horário, ele quis dar um voto de confiança aos meninos que eram quase homens.

Quando eram onze e meia da noite estavam todos em frente ao circo observando aquela lona enorme, possivelmente com a altura de uns 15 metros, o que era bizarro, já que ninguém viu nem mesmo o circo chegando. Mas ele estava lá. A lona era azul de cetim, com alguns buracos remendados por dentro, e envolta de todos os treilers e do próprio circo havia uma grade que estava meio que enferrujada, mas que na ponta de suas lanças tinha uma estrela dourada. Todas as luzes, a musica leve e descontraída. Eu nunca havia visto um circo assim antes.

Eles entraram na fila, já que não eram os únicos curiosos na cidade, havia bastante gente conhecida, alguns amigos com suas esposas, e um amigo de meu avó da escola. Quando chegou a vez deles para comprar os ingressos, meu tataravô disse com sua voz imponente : "Quatro entradas, por favor". E o senhor de idade bateu por trás do vidro de acrílico, apontando o aviso colado na cabine. "Apenas Maiores de 18 Anos". O mais velho dos irmãos tinha 16 na época, então eles e seu pai voltaram para casa inconformados. Quando estavam indo embora o mais velho dos irmãos viu uma das barras da grade solta, que com certeza ele conseguiria passar por entre elas... Meu avó cutucou o braço do irmão e falou "Conheço essa cara, você esta pensando em fazer besteira".

No dia seguinte, astuto como era o mais velho dos irmãos foi até o circo, que estava totalmente calmo e silencioso, ele passou pelas barras. Começou a caminhar por dentro do circo. Entrou em uma das tendas, e viu alguns figurinos, e uma comoda, da qual qual ele cheretou, e achou um album de fotos, eram fotos de pessoas com deficiências físicas, ou deformadas, vestidas de forma festiva, havia uma bailarina de uma perna só, e muletas; havia um homem enorme que parecia um gigante, com o rosto deformado; o homem mais gordo que eu ja vi em minha vida, vestindo fraudas; e gêmeas siamesas com um rosto mais angelicais que ele ja vira. Naquela hora ele soube que não era um circo normal, e sim um circo dos horrores.

Ele passou para uma tenda ao lado, e lá estavam alguns pertences dos artistas, um deles o chamou muito a atenção, era um relógio de ouro, com uma bailarina nos ponteiros. Naquela hora ele achou ter ouvido passos de alguém vindo em sua direção, então saiu da tenda, passou pela grade e saiu correndo.

Ao chegar em casa ele mostrou o relógio ao meu avô, ele dizia ter encontrado na rua, mas era um item muito bonito para estar jogado por ai, então meu avô o alertou que ele deveria deixa-lo de volta onde o achou, seu irmão achou que era besteira dizendo que estava jogado, e que não pertencia a ninguém.

Naquela noite ele teve um sonho muito perturbador, sonhou que a bailarina do relógio, estava no quarto dos irmão e que me cortava seus braços e pernas, com um facão. Ele acordou muito assustado, contando o sonho para todos da família, seus pais disseram que ele não se preocupasse, que era apenas por que ele via muitos quadrinhos de terror.

O irmão mais velho não se acalmou, ele ficava olhando pela janela em direção do circo, que nem podia ser visto, de tão longe que estava. Ele passou seus últimos dias escrevendo em seu diário, coisas que só depois nós descobrimos.

Numa noite, deviam ser umas duas horas da manhã, quando ele (o irmão mais velho) se levantou de sua cama e pulou a janela... Meu avô correu para a janela para ver onde ele estava indo, não que não fosse obvio, ele estava indo para o circo. Meu avó colocou as botas e o seguiu, ele parecia zonzo, estava cambaleante e com os olhos quase fechados, demorou pelo menos meia hora para que eles chegassem ao circo. O irmão mais velho entrou pela tenda da frente, segurando o relógio em uma das mão, sem nem sequer comprar um ticket para entrar. O bilheteiro viu meu avô espiando pela lona da tenda da frente e o mandou sair dali.

Ele foi para a parte de trás do circo e ficou espiando para ver se via seu irmão, ele esperou até o amanhecer. Quando eram cinco e meia da manha, ele ouviu uma grande gritaria dentro da lona da lateral direita, ele notou que havia uma grade solta e passou por ela para espiar pela lona. E lá estava seu irmão, havia sido pego por dois palhaços muito estranhos com o rosto todo deformado, eles estavam o segurando, mas o garoto não parecia nem estar acordado. Foi quando uma bailarina perneta entrou na lona com um facão, e cortou os braços e pernas do pobre garoto. 

Meu avó conta que saiu chorando e correndo dali o mais rápido que conseguiu, ele voltou para casa todo sujo, e suado, e os pais furiosos perguntaram se havia uma explicação para aquilo, e ele contou tudo o que havia visto, e sobre o relógio. O pai de meu avô chamou a policia, para que fossem atrás de seu filho no circo, mas quando a policia chegou no local não havia nem mais um vestígio do circo no local.

Meu avó quase ficou maluco, mas foi então que ele achou o diário e pode saber a verdade sobre o que seu irmão estava sentindo e sobre seus pesadelos... E ele chegou a uma terrível conclusão.

Seu irmão agora era mais uma aberração daquele circo, que punia quem os roubava, fazendo com que eles se tornassem um deles...arrancando algo que eles presavam.  


5 comentários:

  1. Você não foi pega o selo. Algum motivo especial?

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  2. Olha,essa historia ficou ótima,mas,aparece assim:"Meu avó".
    Era "minha avó" ou "meu avô"?

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    1. Na verdade eu errei o acento em quase todos os avôs ... rsr Muito obrigado por avisar Lol Agora esta arrumado..

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