sexta-feira, 29 de março de 2013

Um Trabalho Conivente




Eu não sei onde estou.

Minhas memórias tem apagado muito freqüentemente em um piscar de olhos. A única coisa que me restou da noite anterior foi uma faca ensanguentada  que estou segurando e esse corpo no concreto, a única coisa de que eu tenho certeza nesse momento, é de que esta chovendo muito.

Eu joguei a faca no chão em um lampejo de arrependimento incerto, esperando que a chuva limpasse o sangue da lamina, o que é provável. Fui para casa, tentando retomar minhas lembranças do que houve na noite passada. Deviam ser umas três ou quatro da manhã, não havia ninguém na rua, e como poderia haver alguém estava chovendo. Nessas ruas nessa hora apenas habitam as criaturas sem rumo e sem mais esperanças, e uma delas eu deixei para trás jogada na calçada. Devia ser uma senhora, uma prostituta. 






Essas ruas parecem um labirinto e eu sempre acordo por aqui, apesar de morar muito longe, eu sempre acordo e pego o caminho da ferrovia em direção ao interior, chego em casa por volta das seis da manhã, e minha esposa e filhos estão á minha espera, sempre com os olhos fundos e sem vida, mas eles vivem, trabalham em fabricas de fosforo na cidade, aquela cidade cinza das sombras, sei que meus filhos nunca terão estudo, mas eu me esforço ao máximo para sustenta-los.

Sempre foi e sempre vai ser um mistério, em o que eu me transformo no meio da noite, parece que tenho cede por sangue, por estripar pessoas, mas esse não sou eu, eu sou apenas um sapateiro, e o que ganho é para nossa sobrevivência. Se um dia eu ganhasse algum dinheiro a mais eu contrataria um detetive para me seguir a noite, mas a vida não esta fácil.

Quando emergi de meus pensamentos mundanos, ja estava na rua de minha humilde casa.

Minha esposa e filhos ja estavam se levantando para sair para trabalhar e eu entrei com a roupa suja de sangue como se tivesse sido atropelado por dez cavalos selvagens... Eles me olharam atormentados, mas não surpresos, não era a primeira vez que eu chegava naquele estado em casa. Quando me sentei na cadeira para tomar um resto de gim minha mulher comentou:

-Esse seu novo emprego no abatedouro tem lhe deixado aos trapos... Espero que quando seu pagamento chegar todo esse seu esforço valha a pena, trabalhar de madrugada e durante o dia deve ser realmente cansativo...

-Sim... Eu queria apenas me lembrar de ter trabalhado.

-Bom talvez se você bebesse menos durante o serviço você se lembrasse, pelo menos é o que Jack diz... Que você não larga aquela garrafa. 




8 comentários:

  1. Não entendi o final '--

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    1. O texto faz referencia a um certo estripador U.U se eu falar mais que isso vai estragar a leitura e a surpresa dos outros leitores...

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    2. Não precisava nem disso pra se saber de quem se trata!

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  2. Ahhh... o texto fala de Jack Sparrow...rsrsrsrsrsrs.

    Muito bom o texto...como todos os textos da senhorita do óculos vermelho!!!

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  3. Estou gostando muito deste Blog.

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  4. cara faz quase um ano que eu nao venho aqui, pobre e fods, e ja vi que vou ficar o dia todo lendo todas as postagens para deixar a leitura em dia

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