segunda-feira, 5 de março de 2012

Coletânea - Contos de Fadas



Contos nem tão de Fadas assim . . .

Essa é mais uma coletânea de contos, há muito tempo atrás as mãe e pais usavam os contos de fadas para ensinar lições aos seus filhos, mas essas lições nem sempre foram ensinadas de modo mágico e suave como é hoje em dia....




Chapeuzinho Vermelho:

Na história original o lenhador não existe, na verdade a chapeuzinho e sua vovó são devoradas e pronto, acabou a história. Em outras versões nem existe vovozinha, apenas uma menina de capuz vermelho que aceita um conselho de um estranho e acaba devorada por um lobo.

Em outra versão ainda mais antiga, a chapeuzinho faz um strip-tease pro lobo (que as vezes era representado por um lobisomem ou um ogro) para assim poder fugir enquanto ele esta "distraído". Existe ainda uma versão mais bizarra ainda da história, onde o lobo estripa a vovó e obriga a chapeuzinho a jantá-la com ele. A chapeuzinho, que não é besta, diz que precisa ir ao banheiro (que naquela época ficava do lado de fora das casas) e fugia. E parece que, no fim de tudo, o lobo sempre se dava bem, de certa forma.

Já na versão de 1884, dos Irmãos Grimm, o caçador vai à casa da vovó, vê o lobo dormindo e então usa uma tesoura para abrir a barriga dele e tirar as duas de dentro. Antes que o lobo acorde, a Chapeuzinho enche sua barriga com pedras pesadas. Assim que ele acorda, tenta correr e não consegue por causa do peso, então, cai morto.




Branca de Neve:

Na história original da Branca de Neve, a "madrasta malvada" (que em algumas versões não é madrasta e sim sua mãe original) não cai de um penhasco como é mostrado no final do filme da Disney. Ela na verdade é forçada a vestir sapatos de ferro em brasa e dançar até cair morta. Há também uma versão em que a princesa acorda com o balanço do cavalo do príncipe, enquanto era levada para o castelo. Não há nada de beijo mágico.

Outra bizarrice nessa história é a idade da branca de neve. Na versão dos Irmãos Grimm ela tem apenas sete anos, ou seja, príncipes pedófilos eram normais naquela época. E ao invés de dar um "beijo de amor", o principie carrega o corpo morto da branca de neve para seu palácio, para que assim ela estivesse sempre com ele. Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de ter que carregar um caixão de um lado pro outro, resolve descontar suas frustrações dando uma surra na branca de neve. Um dos golpes desferidos no estômago faz com que ela vomite a maçã envenenada e assim volte à vida. (Em algumas versões o servo cansado deixa o caixão cair e com a pancada no chão ela cospe a maça).

Mas de todas as mudanças feitas através dos anos, a mais sangrenta foi em relação ao coração da Branca de Neve. Nas histórias mais antigas a rainha não pedia ao caçador para trazer só ele. Ela queria também outros órgãos principais como pulmão, fígado etc... fora isso ela também queria um jarro com seu sangue, pois ela queria servir um grande jantar feito com os restos mortais da Branca de Neve. Ao descobrir que Branca de Neve ainda está viva, a rainha vai até a casa dos anões 3 vezes. Primeiro, ela leva um corpete de seda, e tenta matar a garota apertando o corpete bem forte. Não funciona, então ela volta com um pente envenenado e tenta a matar penteando seus cabelos. Na terceira vez ela vai com a maçã envenenada.



A Bela Adormecida:

Essa sim tem um passado bizarro. Nas primeiras versões, ao invés de espetar o dedo numa agulha e cair desacordada, a bela adormecida tinha uma "farpa" encravada debaixo da unha. Parece uma mudança pequena, mas ela nos leva ao ponto que realmente importa. Nessa mesma versão, o príncipe aproveita do feitiço para abusar da Bela Adormecida. Depois de satisfeito, ele simplesmente vai embora. Nove meses depois, a adormecida dá luz a gêmeos que, em busca de leite acabam acidentalmente chupando o dedo dela, retirando assim a farpa amaldiçoada.

E a coisa não para por ai, o príncipe que a engravidou (estuprou) voltou lá para relembrar o acontecimento de nove meses. Quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais adormecida e com duas crianças, ele decidiu se casar com ela, mas ele não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe era uma ogra que tinha o habito de comer qualquer criança que aparecesse em seu caminho.

Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então poder levar sua mulher para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer: comer seus dois netos, e não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro a bela acordada conseguiu se esconder até o retorno de seu marido que, quando ficou sabendo dos planos de sua mãe (ogra) mandou mata-la.

Em outras versões, o príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto é bem parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer (no sentido alimentício) os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva numa fogueira.




João e Maria:

Essa por si só já é bizarra, um pai que abandona os filhos na floresta para morrer de fome. Mas, numa versão mais antiga, a madrasta má, que pressiona o marido a lagar seus filhos na floresta, e a bruxa má são a mesma pessoa. Outra alteração feita durante os anos foi com relação à própria bruxa que, em certa versão da história, na verdade é um casal de demônios, e ao invés de cozinhar João, eles querem estripa-lo num cavalete de madeira.

Quando o demônio macho sai para uma caminhada, a demônia manda Maria ajudar João a subir no cavalete, assim, quando seu marido voltar, tudo já estaria preparado. A esperta Maria finge não saber como colocar João deitado e pede para a demônia mostrar como se faz. Quando ela deita no cavalete, João e Maria a amarram ela e rapidamente cortam sua garganta. Depois fogem levando o dinheiro e a carroça do casal de demônios.



O Flautista de Hamelin:

Nessa historia, um tocador de flautas mágico é contratado por uma cidade para livra-la de uma infestação de ratos. Ele cumpre seu papel, mas quando volta para receber a recompensa, a cidade se recusa a pagar. Então, como vingança, ele usa os poderes de sua flauta para raptar todas as crianças da cidade e só as devolve após receber seu pagamento. Mas, o conto original o encantador não devolve as crianças depois de receber da relutante cidade. Na verdade ele faz com que elas todas se afoguem num rio. E, em algumas versões ainda mais antigas, há referencias a pedofilia em massa dentro de uma caverna escura.




Cinderela:
Esse é um dos contos de fadas mais antigos já registrados, e com a maior quantidade de variações também (mais ou menos 700). Algumas versões envolvendo um peixe gigante no lugar da fada madrinha datam de 850AD. Em outras histórias a fada madrinha é na verdade uma árvore que nasce sobre o túmulo da mãe da Cinderela.

Uma das modificações mais brutais ocorre no momento em que as irmãs malvadas tentam calçar os sapatos de cristal para enganar o príncipe, numa versão bem bizarra da história, uma delas corta fora seus dedos do pé e a outra, parte do calcanhar, para vestir o sapatinho e assim enganar o príncipe. Mas elas são desmascaradas pelos pássaros amigos da Cinderela, que mostram ao príncipe o sangue escorrendo pelos sapatinhos, e depois, como vingança, arrancam os olhos das duas irmãs que terminam suas vidas cegas e mancas.

Há ainda uma outra versão (na verdade, ela é tão diferente que alguns nem a consideram como uma versão e sim um tipo de Cinderella Origins) onde a Cinderela era filha de um rei viúvo (algumas vezes a própria Cinderela foi quem matou a mãe) que jurou nunca mais se casar, a não ser que encontre uma mulher tão bela quanto a falecida esposa, que tivesse os cabelos cor de ouro, e que conseguisse calçar os mesmos sapatos da finada. Acaba que sua filha preenche todos os requisitos, então nada mais lógico que ele se casar com a própria filha.

Ela, por sua vez, na tentativa de fugir do casamento com seu próprio pai velho, barrigudo e incestuoso, foge pelo mar num armário de madeira. No final ela consegue fugir, mas acaba do outro lado do mundo trabalhando como escrava na casa das irmãs malvadas, e daí pra frente começa a historia que vocês conhecem.

 

A Pequena Sereia:

A grande diferença nesse conto está em seu final. Ao invés de se casar com o príncipe e viver feliz para sempre, a pequena sereia na verdade é abandonada por ele logo após ela beber a poção mágica que lhe transforma em mulher. Mas, como tudo tem seu preço, a poção tem um pequeno efeito colateral: durante o resto de sua vida a pequena ex-sereia iria sentir uma dor tremenda nos pés, como se eles estivesse pisando constantemente em facas. Vendo a traição, suas irmãs (ela tem cinco nessa versão) oferecem um punhal para que ela tenha sua vingança. Mas, ao invés disso, ela pula no mar e "morre" se dissolvendo em espuma.





Os Três Porquinhos:

O conto dos Três Porquinhos foi muito amenizado para as crianças de hoje, ao contar uma história cheia de violência sem mostrar violência. Terminamos com um conto muito simplório que mostra “como é bom ser esperto”.

A história original perdeu muito. O conto original não é mais longo, já que o lobo mau não perde tanto tempo assoprando casas. Ele faz isso para pegar os dois primeiros porquinhos. Aqueles coitados são logo pegos e devorados. O terceiro porquinho — o mais esperto de todos — é o entrave. Sem conseguir assoprar a casa de tijolos, o lobo tenta blefar. Ele faz de tudo para trazer o porco para fora de casa, promete nabos, maçãs, e uma visita à feira. O porco recusa a tentação, sabendo que há coisas mais importantes.

O lobo decide então voltar à violência. Ele escala a casa e entra pela chaminé. Porém, o porquinho tinha planejado isso, e colocou um caldeirão de água fervendo na lareira. O lobo cai ali dentro e morre. Ele — e os dois outros porquinhos em seu estômago — são agora o sinistro jantar do terceiro porco.




A Bela e a Fera:

A história de Andrew Lang de 1889 se difere bem pouco da história que nós conhecemos. Nela, não há objetos mágicos nem inimigo da Fera. Em uma outra versão, a Fera é descrita como alguém que se parece com uma cobra.

Nessa história o mercador tem outras duas filhas interesseiras e três filhos além de Bela. Quando o mercador viaja, elas pedem coisas caras e Bela pede apenas uma rosa vermelha. No meio da jornada o mercador encontra um castelo, lá dentro ele tem tudo que precisa, como comida e lareira pra se aquecer. Mas quando vai embora, rouba uma rosa para sua filha.

Então a Fera aparece e fica furiosa e diz que só o perdoa se ele lhe trouxer uma de suas filhas. O mercador volta para casa e Bela é a filha que se oferece para ficar com Fera. Chega no castelo pensando que vai ser devorada mas ele a trata como uma princesa. Além disso, Fera deixa o mercador encher dois baús com riquezas e levar para sua casa. Toda noite a Fera pede Bela em casamento e ela recusa. Um dia Bela pede para ir visitar seu pai, pois está preocupada e com saudade. A Fera deixa, mas a Bela deve voltar em dois meses, do contrário a Fera morrerá.

Um dia Bela sonha com a Fera morrendo e se assusta e resolve voltar na mesma hora. Quando chega no castelo a Fera está realmente morrendo e Bela percebe o quanto o ama e diz. Então ele acorda e a pede novamente em casamento. Quando ela aceita, ele se transforma em um lindo príncipe.



Rumpelstiltskin:

Para impressionar o Rei , com o objetivo de fazer o príncipe casar com a sua filha, um moleiro bastante pobre mente e diz que ela é capaz de fiar palha e transforma-la em ouro. O Rei chama a moça, fecha-a numa torre com palha e uma roda de fiar, e exige-lhe que ela transforme a palha em ouro até de manhã, durante três noites, ou será executada. Algumas versões dizem que, se ela falhasse, seria empalada e depois cortada em pedaços como um porco, enquanto outras não são tão gráficas e dizem que a moça ficaria fechada na torre para sempre. Ela já tinha perdido toda a esperança, quando aparece um duende no quarto e transforma toda a palha em ouro em troca do seu colar; na noite seguinte, pede-lhe o seu anel. Na terceira noite, quando ela não tinha nada para lhe dar, o duende cumpre a sua função em troca do primeiro filho que a moça desse à luz.

O Rei fica tão impressionado que decide se casar com ela, mas quando nasce o primeiro filho do casal, o duende regressa para reclamar o seu pagamento: "Agora dá-me o que me prometeste". A Rainha ficou assustada e ofereceu-lhe toda a sua riqueza, se este a deixasse ficar com a criança. O duende recusa, mas por fim aceita desistir da sua exigência,mas cria outra exigência: se a Rainha conseguisse adivinhar o seu nome em três dias. No primeiro dia, ela falhou, mas antes da segunda noite, o seu mensageiro ouve o duende a saltar à volta de uma fogueira e a cantar. Existem muitas variações da canção, mas a mais conhecida é:

Hoje eu frito, amanhã eu cozinho!

Depois de amanhã será meu o filho da rainha!

Coisa boa é ninguém saber

Que meu nome é Rumpelstiltskin!

Quando o duende foi ter com a Rainha no terceiro dia, ela revela o nome dele, Rumpelstiltskin, e ele perde o seu negócio. Na edição de 1812 dos Contos dos Irmãos Grimm, depois disto, Rumpelstiltskin foge zangado e nunca mais regressa. O final foi revisto numa edição de 1857 para uma versão mais macabra onde Rumpelstiltskin, cego de raiva, se divide em dois (Prendendo seu pé esquerdo no chão e puxando o direito para cima até se partir ao meio). Na versão oral dos Irmãos Grimm, o duende voa da janela numa panela.

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