sexta-feira, 13 de julho de 2012

Eu nos Salvei!!! Porque está Brava ?!!


Foto meramente Ilustrativa


Eu tinha quinze anos quando isso aconteceu. Minha irmã tinha cinco anos. Tudo começou em seu quinto aniversário, quando ganhou uma daquelas bonecas que é supostamente uma copia de sua proprietária. Era uma boneca padrão, da mesma altura que a minha irmã, cabelos ruivos, sardas, que ainda veio com uma roupa idêntica para minha irmã, para elas ficassem idêntica. A coisa em comum entre elas eram os seus olhos. Minha irmã tinha olhos muito estranhos, azuis com manchas marrons perto da pupila. Eu costumava implicar com ela, dizendo que pareciam vasos sanitários com cocos boiando neles. Eu nunca tinha visto outra pessoa com os olhos como este, mas os da boneca combinavam perfeitamente. Não me lembro de quem lhe deu a boneca, mas eu pensei que quem quer que fosse tinha tido tempo para pintar os olhos, para ter um toque especial.




Depois que ela abriu os presentes, minha irmã e seus amigos começaram a correr, e fazer coisas de criança. Eu, não querendo ficar preso de babá, escapei para o meu quarto e fechei a porta. Eu estava imersa em uma história assustadora que eu estava lendo, quando ouvi a porta abrindo. Naturalmente, considerando o que eu estava lendo, eu lancei um palavrão “merda!” e me virei tão rápido quanto eu podia. Sentada com a mãozinha para dentro do quarto entre a porta entreaberta estava á boneca da minha irmã. Se não houvesse uma gangue de crianças na minha casa, eu poderia ter ficado um pouco assustada, mas eu tinha certeza de que uma ou todas elas haviam colocado ela ali como uma brincadeira. Eu atirei a boneca para trás da estante e que foi a última vez que fiquei tão perto dela, pois minha irmã ficava grudada nela constantemente.

Dois meses depois, as coisas ficaram estranhas. Minha irmã correu para baixo um dia gritando que sua boneca estava sendo má com ela. Sabendo que era apenas sua imaginação, mas não querendo perturbá-la, repreendi a boneca na frente dela, em seguida, coloquei-a na prateleira de cima do armário da minha irmã. Ela parecia satisfeita, a justiça havia sido feita, e eu estava um pouco feliz por não ver mais aquela coisa por aí. Foi um pouco assustador o quanto ela parecia com a minha irmã. Pensei nas vezes que eu vi elas dormindo juntas, e me perguntei se eu poderia dizer a diferença no escuro. Mas isso estava fora de questão, porque sem a minha ajuda ou da minha mãe a boneca ficaria aprisionada no armário, e eu certamente não seria levá-lo para baixo.

Mais tarde naquela noite, ouvi a minha irmã gritando. Corri para o quarto para ver a boneca ao pé de sua cama. Não sei como foi parar lá, mas estava olhando para ela. Eu agarrei a boneca e sai correndo pelas escadas. Meus pais vieram ver o que estava acontecendo e me viram correndo pela escada, mas não parei para explicar. Enfiei a boneca na nossa lata de lixo, os olhos azuis e marrons olhando para mim, quase de forma irritada. Quando eu voltei para dentro da minha irmã estava dormindo, tendo sido acalmada pelos meus pais, e eu estava contente de ter acabado com isso. Ou assim eu pensei.

Na manhã seguinte, eu esfregava meus olhos embaçados de sono, vi minha irmã na minha porta. Eu pisquei com minha vista embaçada, e quando eu abri meus olhos novamente, ela tinha ido embora. Fui para o quarto apenas para vê-la dormindo. Estranho, eu pensei. Deve ter sido um truque do olho. Mas mais tarde naquela noite aconteceu de novo. Fui acordado por barulhos de pegadas e vi o que eu pensei ser minha irmã, na minha porta. Virei para acender a luz, só para ver que não havia ninguém lá. Mais uma vez ela estava dormindo em seu quarto quando eu chequei. O lixo ainda não tinha sido pego, então eu decidi dar uma olhada amanhã de manhã. Talvez meu pai estivesse pregando peças em mim. Na manhã seguinte, como eu suspeitava, o lixo estava vazio. Enquanto tomamos o café eu confrontei o meu pai.

"Pai, você colocou boneca Jane na porta do meu quarto ontem à noite ou hoje pela manhã?" Eu perguntei.

"O quê? Não seja boba, essa boneca esta no lixo onde você deixou "

"Não, eu verifiquei, ela não estava lá"

"Bem, talvez alguma garota tenha visto e pegou para si, como posso saber onde a essa coisa foi?"

Esse foi o fim da questão.

Naquela noite, minha irmã estava com medo, então eu concordei em ficar em seu quarto. A noite toda ouvimos coisas terríveis. Sussurros e risos, eu juro tinham a voz da minha irmã, os passos acima e em volta de nós, ficamos petrificadas. Mas logo os ruídos pararam e dormimos superando o medo. Eu sonhei com a boneca, esgueirando para o quarto com a gente. Mas em meu sonho, ocorreu-me que rasgar a cabeça da boneca iria pará-la. Até hoje eu não sei de onde tirei esse pensamento, mas era um desejo que eu não tinha. Acordei para ver a boneca deitada ao lado de minha irmã em sua cama, mas eu achava que sabia o que eu devia fazer. Eu agarrei a boneca no escuro e segurei-a, eu lembro que parecia mais pesada do que eu lembrava. Agarrei o cabelo, tão realista, e puxei o mais forte que eu podia. Eu olhei dentro dos olhos de bonecas, eu tive que puxar mais forte do que eu pensava para arrancar a cabeça da boneca, e parecia que havia medo em seus olhos. Por fim, havia peguei uma faca de vrinquedo com um plástico duro, e liso, nada apropriada para crianças, e fiz um rasgo na garganta, puxei a cabeça, e ela saiu. Eu sorri, só então percebendo como eu estava cansada. Eu me deitei, chutando a cabeça e o corpo para longe para que eu pudesse dormir.

Acordei ao som de gritos. Minha mãe estava histérica, eu a vi correndo para o quarto, ela coberta de lágrimas. Olhei ao meu redor, eu estava cercada por sangue. Ele estava no chão e em minhas mãos. Minha mãe continuou a gritar enquanto ela segurava a cabeça da boneca perto de seu peito, por que ela estava tão chateada? Eu nos salvei! De onde estava vindo todo esse sangue?

Olhei em volta, e deitado na cama de minha irmã, eu vi a boneca. 


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