quarta-feira, 26 de junho de 2013

Plantando Raízes




Vou contar a vocês uma história quase inacreditável, de como eu salvei a mim e libertei algumas almas atormentadas...

Me mudei há um mês e meio, mais ou menos, para uma casa em Winnipeg no Canadá, eu pensava ter encontrado a casa perfeita, cercada de arvores, térrea e aconchegante. Havia tido apenas dois moradores anteriormente, por isso eu a considerava como seminova. Ela era meu porto seguro, já que não tenho meus pais e vivo só, mas em minha profissão muitas vezes é melhor assim.




Tudo começou em uma noite fria em dezembro, quando tudo estava calmo e eu estava lendo um dos últimos capítulos do livro "Viagem ao centro da terra", enquanto comia cereais açucarados com leite...

Eu devia estar muito concentrada, porque em algum momento naquela noite uma rachadura se abriu no teto, acima da minha cabeça, não era muito profunda, mas com certeza não estava ali antes. Quando fui me deitar aquela noite eu também notei uma rachadura pequena abaixo da minha janela. Eu me deitei e me aconcheguei abaixo das cobertas, apaguei a luz do abajur, e fiquei olhando para a janela e a rachadura, pensando no que eu almoçaria amanhã.

Então escutei um "creak" eu retomei a minha visão novamente prestando atenção para descobrir de onde estava vindo o barulho... "creak" novamente, eu olhei para fora, para o quintal, pois minha cama ficava de frente para a janela, e minha cortina era branca e translucida. Houve silêncio... E eu escutei um "creak" mais alto e mais perto. Me levantei da cama pegando meu taco de basebol debaixo dela, fui até a janela, á abri... "Tem alguém ai? Eu tenho uma arma é melhor ir embora!". Bem eu não tinha uma "arma", mas eu sou uma mulher jovem e solteira vivendo só... Os estupradores caem de boca...

Eu ainda estava na janela, olhando como uma idiota para meu quintal escuro, a única coisa que tem nele são cinco árvores não muito grandes, que segundo meu vizinho tem uns três anos de idade. Eu então me deparei com uma sombra ao lado de uma das árvores, parecia ser um homem... Eu gritei novamente, mas ele continuou ali encostado sem se mexer, eu me virei para pegar uma lanterna, mas quando a acendi e apontei em sua direção, não havia nada lá. Aquela noite não houve mais barulhos.

Amanheceu finalmente, e a luz clara do dia quase ensolarado, me acordou. Eu me levantei e fui para janela, eu a abri com o intuito de me queixar e gritar com um garoto que estava mijando em uma das arvores... Maldito. Tomei meu café da manhã, um pão duro de ontem e leite gelado, depois fui até a árvore que havia sido "molestada", não havia nada de anormal, apenas um risco do tamanho de um palito de dente, reto e profundo na vertical. Provavelmente feito pelo menino mijão.

O dia passou calmo e a noite depois de comer sopa de feijão requintada, resolvi ligar a televisão, era uma sexta feira, e a rua estava agitada, carros passando, jovens bêbados gargalhando sem motivo... Era o anuncio do fim de semana que estava começando.

Na tevê não havia nada de interessante, então eu apenas fiquei passando os canais, até que ouvi um barulho alto o bastante para me dar um susto e me fazer pular do sofá. Era a fundação da casa, eu saio lá fora para ver se havia algo desmoronando, mas estava escuro demais, então voltei para dentro e me deparei com uma longa rachadura no piso. Eu apenas olhei para ela confusa e decidi que chamaria um pedreiro para dar uma olhada na casa.

Naquela noite eu tive um pesado horrível em que eu era esfaqueada até a morte. Acordei assustada, era um lindo dia frio de sol e ao olhar pela janela avistei uma coisa pra lá de estranha, haviam dois riscos na árvore, um ao lado do outro.

Outro sábado idiota se passou e eu fiquei atenta a barulhos e rachaduras, quando fui tomar banho no final da tarde algo mais estranho aconteceu, eu estava na minha banheira, atrás da cortina de plástico fosca e vi a sombra de um homem, era como se ele se olhasse no espelho que havia acima da pia e então desapareceu, no mesmo minuto que um buraco se abriu no azulejo acima do mesmo espelho e um cano pulou para fora... Eu pensei "Droga, esta casa esta assombrada e velha". Mas as coisas nem de longe estavam tão ruins, como ficou no dia seguinte.

Era domingo, eu levantei e olhei direto para a janela a fim de ver a arvore e lá estavam mais dois riscos, com certeza além do cano deveria haver outra rachadura em algum lugar.

Liguei para o Sr.Pedro e pedi que ele viesse na segunda, ele aceitou e desliguei o telefone. Naquele domingo não apareceram mais rachaduras.

No dia seguinte quando Pedro chegou eu lhe dei um café e lhe expliquei o que estava acontecendo, ele prometeu ajudar, mas me garantiu que não fazia parte dos caça fantasmas. Ele olhou em volta da casa, dentro da casa, e em baixo da casa, me disse que as raízes das arvores estavam crescendo demais e iriam destruir tudo se não fossem arrancadas. Pedi a ele que me ajudasse ligando para a prefeitura para que eles retirassem as cinco arvores do meu quintal, eles disseram que viriam na semana seguinte.

Sete dias se passaram e eles finalmente chegaram, pegaram uma escavadeira, pás e o diabo a quatro, para destruir meu quintal, eles arrancaram uma, duas e na terceira veio o choque.

Quando eles haviam acabado de tirar a terceira arvore, eles acharam um braço em decomposição, sim um braço. Liguei para a polícia, que chamou a policia cientifica, eles escavaram o lugar todo, e acharam partes que formavam cinco pessoas em decomposição, partes espalhadas em todo o quintal. Braços, pernas, troncos e cabeças... Eles me interrogaram, mas eu estava em choque, contei a eles que não conhecia o morador anterior, mas que sabia que era um senhor de idade.

Eles reviraram minha casa de ponta cabeça, e então quebraram o piso onde havia aparecido a rachadura longa. Logo abaixo do concreto havia uma caixa de lata, e dentro algumas fotografias, dentre elas a de uma família de seis pessoas incluindo o antigo morador, eles estavam no quintal, mas não havia arvores ali, apenas a família se divertindo.


E em outra que a câmera estava em um suporte, ele se apoiava em uma pá,

 Mostrando as cinco arvores recém-plantadas.

Um comentário:

  1. Uouuuu...Amo esse aspecto macabro que você dá de súbito,quando a história está light com pitadas de suspense,sabe?
    Lembrei do Slander na parte da sombra de um homem na árvore,rs.
    Os estupradores caem de boca,anh?
    Eu ri kkkkk E acho que não são só estupradores não e.e
    Cinco árvores,seis pessoas,cinco mortes,hehehe.
    Você sempre deixa as respostas como enigmas,eu gosto disso ;3 Continue assim! ;*

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